A tendência será, portanto, para piorar, sendo certo que os paliativos são apenas ilusórios e que o adiar de uma decisão que ataque corajosamente esta problemática implica que o tempo necessário para corrigir e inverter esta trajectória aumentará exponencialmente e com consequências imprevisíveis, enquanto o risco de um colapso, sempre possível caso um dos factores essenciais de altere, será constante.
Temos as maiores dúvidas que seja a actual classe política a ter a capacidade, e a coragem, de enfrentar esta situação, com múltiplas consequências, entre as quais podemos incluir o aumento da área ardida em pleno Inverno, e que, muito provavelmente, apenas numa situação de eminente ruptura, perto de um colapso, iremos assistir a uma resposta mais incisiva que, nessas condições, pode não revelar-se nem a mais adequada, nem conduzida por quem tenha a competência e legitimidade para a conduzir.
Não podemos, de forma simplista, separar os incêndios, incluindo-se aqui estratégias de prevenção e combate, de uma conjuntura muito mais vasta e que, consequentemente, será mas difícil analisar e combater, nem esperar que a situação se inverta sem uma política incisiva, constante e um esforço prolongado, que terá custos pesados, mas que representam, ao contrário de muitos outros gastos, um investimento inevitável.
Os incêndios de Inverno são um alerta, mais um, para o degradar de um País que se encontra muito perto do abismo, à mercê de qualquer alteração conjuntural, que tanto pode ser uma guerra na Ucrânia, como uma subida de taxas de juros nos mercados internacionais ou o aumento descontrolado da inflação, para que, mais uma vez, entre em colapso e necessite de ajuda externa, com todos os sacrifício que tal implica, enquanto os decisores ignoram o essencial e se refugiam numa catadupa de decisões acessórias que, efectivamente, se revelarão completamente irrelevantes.
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