quarta-feira, outubro 05, 2022

Novo ataque informático contra o Ministério da Defesa - 3ª parte

Tendo em conta o tipo de informação alojada nos servidores do Ministério da Defesa, bem como a acessibilidade que estes permitem a outros repositórios, é óbvio que, face às actuais vulnerabilidades, é necessário fazer sacrifícios, mesmo que funcionais, caso esta seja a única alternativa para combater intrusões durante o período necessário à implementação de novos sistemas de segurança, o que, para além do tempo e investimento que implicam, requerem também um "know how" nem sempre disponível, sobretudo tendo em conta o tipo de compensação praticada na função pública.

A falta de segurança informática e de protecção da informação é da maior gravidade, sendo uma realidade actual num País onde o investimento é escasso, mesmo após a deslocação para o "online" de muitos serviços e actividades, com a agravante de, nos dias de hoje, estas vulnerabilidades serem do conhecimento geral, pelo que Portugal é, actualmente, um alvo particularmente apetecível, do que resulta um aumento de ataques e, com isso, a probabilidade de estes terem sucesso.

No caso dos organismos de Estado, esta situação é particularmente crítica e perigosa, tendo por um lado a grande vulnerabilidade, que todos reconhecem, e por outro o enorme volume de informação que detém, abrangendo desde os dados dos cidadãos e residentes aos documentos, muitas vezes classificados, do próprio Estado, que, infelizmente, ser revela cada vez mais incapaz de defender os seus próprios interesses, os das populações e de todos quantos, mesmo no estrangeiro, nele depositaram a confiança para lhe transmitirem informações críticas.

Sem a adopção imediata de medidas de contingência particularmente rigorosas, este tipo de notícia vai continuar a abrir os noticiários, sendo de esperar que, sendo ou não do conhecimento público, outras intrusões ocorram em diversas entidades públicas, colocando em perigo o funcionamento do Estado e própria segurança do País, que fica à mercê de um ataque de maior dimensão e dirigido para orgãos ou entidades que asseguram funções vitais, inclusivé a nível da soberania nacional.

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