Sem valor comercial, resultante da actual conjuntura e da especificidade de um modelo que, tendo excelentes características para um conjunto de missões, sobretudo para uso naval, de acordo com a sua concepção, não será o mais adequado ao actualmente pretendido no mercado, os Kamov representavam um óbvio embaraço, com o seu desparecimento do inventário do Estado a ser, efectivamente, o seu destino, embora, ainda recentemente, poucos acreditassem que o seu destino não fosse o desmantelamento.
Ao optar pelo envio destes Kamov para a Ucrânia, onde irão desempenhar missões de salvamento, o Governo resolve o problema da virtual impossibilidade de, num prazo de tempo previsível, poder voltar a operar estas aeronaves, cujo valor operacional e comercial tende para zero, enquanto auxilia um país agredido, do que resulta o melhorar da imagem junto da comunidade internacional, e sobretudo dos aliados de Portugal, que, naturalmente, apreciam este gesto.
Objectivamente, destes seis Kamov um está acidentado, sendo quase impossível que volte a operar, dois têm sido utilizados para fornecer peças aos restantes, outros dois estão desmontados mas completos, podendo ser recuperados em poucos meses, dependendo da disponibilidade de técnicos especializados, e um último estará praticamente operacional, sendo de esperar que possa voar num curto espaço de tempo, pelo que o mais provável é que esta seja a oferta de três helicópteros e um "stock" de peças usadas e não de seis unidades.
Embora duvidemos das reais intenções do Governo, este é um facto positivo, permitindo a um conjunto de helicópteros que, quase certamente iriam terminar a sua vida como sucata, mesmo que não declarada, voltar a operar em missões de salvamento, esperando que fiquem rapidamente operacionais e venham a salvar vidas, tal como foi intenção, declaradamente, na altura da sua aquisição por parte do Estado português.
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