Quando as forças russas invadiram a Ucrânia, faz hoje precisamente dois anos, poucos previam que esta guerra tivesse esta duração, com muitos, incluindo os responsáveis pelos planos de invasão, a acreditarem que as forças ucranianas colapsariam rapidamente, permitinto à Rússia estabelecer o seu poder sobre um país independente e soberano, numa clara violação da lei internacional.
Para muitos, talvez a maioria, uma guerra desta magnitude em plena Europa seria impensável, mas tal corresponde a uma análise errada da actual situação na Rússia e nos perigos que representa para o regime de Putin uma Ucrânia economicamente próspera, integrada na União Europeia, e que ira demonstrar aos cidadãos russos a falência do sistema em que vivem, levando-os a desejar uma mudança.
Países como a Rússia, com poder militar que inclui armamento nuclear, não são destruidos por um inimigo externo, mudam de regime através de sucessivas convulsões internas que, no limite, podem levar à sua desagregação e à eliminação da classe dirigente, sendo esta uma possibilidade real que as elites russas temem e, naturalmente, teriam, a todo o custo, que evitar.
Nunca for a adesão da Ucrânia à NATO, ou outra questão geoestratégica que poria em perigo o regime russo, sendo que uma integração na aliança atlântica teria que ser evitada apenas na medida em que uma agressão, motivada pelas razões previamente expostas, implicaria o alargar do conflito, resultando numa guerra de proporções e consequências imprevisíveis.
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