Na habitual perspectiva imediatista, em que a solução para qualquer problema complexo é implementar as medidas que permitam adiar a sua resolução, eventualmente até quando, pela gravidade que atinge, qualquer acção, sendo inútil, será dispensável, governos sucessivos têm investido um substancial esforço na difícil arte da aparência, com aparentes resultados que a realidade rapidamente desmente.
Nunca houve um planeamento integrado, menos ainda uma visão para o futuro do País, nem sequer foram realizados um conjunto de investimentos essenciais, e que não podem resumir-se a vias de comunicações rápidas que, ao invés de contribuirem para o desenvolvimento de territórios onde pouco subsiste, apenas facilitam o trânsito numa única via, a que os raros residentes utilizam para mudar para o Litoral.
Este fluxo constante seria apenas evitável caso os residentes no Interior encontrassem nos seus locais de origem, onde a maioria prefere permanecer, as condições básicas para ter uma vida com a qualidade e segurança exigíveis, o que inclui dispor do mesmo conjunto de serviços e valências que se pode encontrar no Litoral e que, actualmente, são considerados como essenciais para viver com dignidade.
Ao invés do que um planeamento mais elaborado, e do que o próprio senso comum facilmente conclui, a falta de investimento no Interior não prejudica apenas os territórios directamente abrangidos por opções políticas desastrosas, tem um impacto no todo nacional, incluindo em termos orçamentais, quando se tenta compensar com subsídios o que se elimina em termos de produção de riqueza.
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