A deslocação de populações do Interior para as cidades do Litoral tem um impacto severo na qualidade de vida destas e nos preços praticados, sobretudo a nível da habitação, cujo subida de preço de forma exponencial tem sido atribuída, sobretudo, ao turismo, mas para o que concorrem numerosos factores, alguns dos quais são intencionalmente ignorados, por demasiadamente inconvenientes.
Obviamente, bastaria fazer algumas contas, e podemos esquecer aqui questões de solidariedade ou tudo o que diz respeito à qualidade de vida das populações, que, por não serem quantificáveis, tendem a ser ignoradas, com pequenos assomos de memória em período eleitoral, para concluir que caminhamos rapidamente para um abismo, pouco visível para aqueles que olham para o equilíbrio orçamental anual como um valor absoluto, sabendo que, na altura do inevitável descalabro, já terão abandonado os cargos que actualmente exercem, podendo assim eximir-se de qualquer responsabilidade.
Ter-se-ão recolhido muitas informações após as tragédias de 2017, mas, efectivamente, aprendeu-se menos do que seria de esperar, ou de desejar, e fez-se muito menos do que é necessário para que situações semelhantes não voltem a ocorrer, com o País a manter-se pelo menos tão vulnerável como então, tentando aparentar alguma confiança num socorro que pouco pode contra um cenário criado ao longo de anos e contra o qual uma luta com sucesso se afigura como impossível.
Se em 7 anos pouco se vez para que as condições que permitiram ocorrer as tragédias de 2017, duvidamos que, com um maior distanciamento e uma memória menos viva, alguma mudança estrutural venha prevenir a sua repetição, sendo óbvio que o peso das cada vez menos populadas regiões do Interior faz o pendor dos investimentos recair essencialmente no Litoral, onde rios de dinheiro tentam estancar problemas que, tendo origens distantes, apenas podem ser mitigados, caso não resolvidos na origem.
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