Passadas escassas semanas, a morte de um conjunto de cinco militares, consequência da queda de um helicóptero, e de três bombeiros, cercados pelas chamas, em circunstâncias ainda não completamente apuradas, já saiu dos noticiários, sendo pouco provável que sejam novamente noticiadas antes da apresentação dos relatórios finais, altura em que, decorridos meses, se não anos, os casos terão sido esquecidos pela comunicação social.
As pequenas notas que vão surgindo, como o pagamento de compensações às famílias, contrastam flagrantemente com a extensa cobertura noticiosa na altura da ocorrência, explorada até ao limite, qual filão que rapidamente se esgota por saturação, quando o público deixa de reagir de forma positiva a um fluxo noticioso, por vezes traduzido numa emissão especial contínua, e opta por se afastar, o que a comunicação social imediatamente imita.
Nesta perspectiva, uma eventual responsabilização torna-se virtualmente impossível, tal como a adopção atempada de medidas que permitam prevenir situações semelhantes no futuro, sendo possível e talvez ineviável a repetição das circunstâncias e procedimentos na origem do sucedido, perdendo-se a oportunidade de aprender com as inevitáveis tragédias que sempre irão acontecer.
Não temos grandes expectativas quanto à possibilidade de casos complexos, cujo mediatismo rapidamente se perde, sejam mantidos vivos pela comunicação social, cuja gestão versa o lucro, pelo que compete à sociedade civil evitar que tragédias como as que sucederam recentemente não sejam esquecidas, única forma de as responsabilidades serem apuradas e as lições aprendidas, como forma de evitar que se repitam no futuro.
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