quinta-feira, novembro 14, 2024

Sistema automático para subsituir operadores na linha 112 - 3ª parte

Se actualmente as falsas chamadas já são um flagêlo, com um sistema automático estas podem rapidamente gerar um caos, sendo impossível de prever até que ponto simples "bots" que responda "sim" e "não" de forma aleatória podem fazer colapsar o sistema, comprometendo o seu funcionamento nas várias vertentes de atendimento.

É sempre de notar que, desde há muito, o número de chamadas perdidas é particularmente elevado, com inúmeros casos de falha no socorro, que não é prestado atempadamente, dentro dos limites do estabelecido e imposto pelas boas práticas e recomendações internacionais, a serem continuamente reportados, com o sindicato dos técnicos a apontar para períodos em anos anteriores onde sucederam situações similares.

A própria abordagem da comunicação social, e de muitos políticos, parece ignorar o facto objectivo de esta ser uma greve a horas extraordinárias e não ao trabalho, o que merece uma abordagem completamente diferente, não apenas quanto ao conteúdo de muitas afirmações, mas, também, quanto ao enquadramento legal, sendo óbvio que a imposição de serviços mínimos a trabalho suplementar não tem um enquadramento jurídico equivalente à referente ao trabalho dentro do horário normal.

O que fica evidente é que, face à carência de técnicos, a linha 112 não funciona normalmente sem o recurso extensivo a horas extraordinárias, convertendo a excepcionalidade numa nova normalidade, e tentando-se aplicar o regime jurídico do normal ao excepcional, numa transferência que nos parece inaplicável e que apenas pode servir para justificar a inacção de sucessivas tutelas políticas.

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