sexta-feira, janeiro 17, 2025

Acidente mata um bombeiro e fere quatro - 4ª parte

Os alegados pequenos defeitos ou avarias que não comprometeriam a segurança podem, assim, revelar-se bem mais graves do que as declarações da Protecção Civil indiciavam, o que, face ao estado do veículo acidentado, nos parece óbvio, tornando impossível manter em operações estas viaturas, cujo procedimento de conversão terá sido similar para todo o lote.

É de lembrar que este tipo de viatura é adquirida com uma cabine simples, que necessita de ser ampliada para transportar uma equipa de cinco elementos, e com um chassis traseiro despido, no qual serão adicionados os vários módulos e componentes que, no termo do processo, irão dar origem a um veículo de combate a fogos florestais de acordo com as especificações de um caderno de encargos e do projecto subsquente.

O facto de cada uma destas viaturas ter custado 170.000 Euros, menos 60.000 do que as que foram atribuídas à GNR e à Força Especial de Bombeiros, que possuem alguns extras, como ar condicionado, pode apontar para uma redução de custos de transformação muito substanciais, que se refletem na qualidade da transformação e na segurança do veículo, podendo esta estar comprometida.

Se tivermos em conta que o preço base do veículo é semelhante, a diferença de 60.000 Euros entre as unidades entregues às várias forças tem que estar a nível da transformação, pelo que temos que nos interrogar onde foi possível agir de modo a que, no final, os valores sejam tão distintos e dificilmente justificáveis face às especificações de cada um.

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