domingo, janeiro 12, 2025

Mortes na estrada aumentam na época festiva - 4ª parte

Também o sistema judicial tem grandes responsabilidades, não apenas no atraso dos julgamentos de situações que podem envolver crimes rodoviários, mas também na aplicação das penas, tipicamente muito ligeiras face às consequências, como se a negligência ao volante da qual resulta um acidente grave, por falta de intencionalidade, fosse considerado como pouco mais do que um azar, mesmo quando do comportamento resultam vítimas mortais.

Se existem crimes cuja punição é absurdamente leve, são os rodoviários, com os juízes a aplicarem penas leves, quase sempre suspensas, mesmo quando de uma negligência grosseira resultam vítimas mortais, quase dando a entender que, assumindo que tal pode acontecer a qualquer um, inclusivé aos próprios, convém ser magnánimo, antecipando possíveis ocorrências que os envolva.

Neste contexto, que permite a condutores sem aptidão, seja técnica, seja funcional ou comportamental, manterem-se na estrada, poucas estratégias de combate à sinistralidade rodoviária será eficaz, dado que quem é reponsável por uma grande parte das ocorrências se mantém nas estradas, quase sempre continuando a fazer vítimas, sem que exista um esforço real para que tal não aconteça.

O laxismo e permissividade vigentes, conjuntamente com falta de meios e opções políticas que podem ficar entre o infelizes e o criminosas, quando os efeitos se consolidam, provocam resultados facilmente previsíveis, sendo o número de acidentes e de vítimas mortais antecipaveis face a uma estratégia que visa, essencialmente, ganhos políticos, demonstando, seja pelas medidas adoptadas, seja pela falta de investimento, falta de consideração pelas vítimas resultantes da escassa segurança rodoviária.

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