segunda-feira, agosto 18, 2025

Sem capacidade para aprender - 1ª parte

Todos esperavamos que, mais cedo do que mais tarde, face âs alterações climáticas, à organização do território e a questões conjunturais, num dos Verões mais próximos o território de Portugal Continental fosse assolado por uma vaga de incêndios particularmente gravosos e com consequências pesadas.

Desde há vários anos que os anos com maior incidência de fogos rurais, e com maior área ardida, surgem em ciclos mais curtos, com os anos em que ocorre uma maior área ardida a serem cada vez mais próximos uns dos outros, o que, no limite, pode apontar para uma nova realidade, onde o controle dos fogos vai depender mais da área ardida do que de questões operacionais.

Lamentavelmente, continua-se a procurar encontrar uma solução para os fogos no campo operacional, reforçando meios, e este será o ano onde mais meios estão disponíveis, esquecendo o meio em que estes operam e as dificuldades que enfrentam num cenário cada vez mais desfavorável, onde a uma maior capacidade não correspondem melhores resultados, não obstante o enorme esforço dos milhares de operacionais envolvidos no combate às chamas.

É manifesto que o dispositivo melhorou após o trágico ano de 2017 e as catástrofes então vividas, os meios evoluiram, o treino dos operacionais melhorou, o número de aeronaves continua a aumentar e o comando e controle, apesar de manifestos problemas, incluindo a nível de comunicações, é agora mais eficaz, o que significa que existe uma evolução ao nível do combate.

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