No entanto, apesar destas melhorias, o País continua a arder, com alguns fogos a prolongar-se por mais de uma semana, sem que seja possível detê-los, eventualmente extinguindo-se diante de uma barreira natural por falta de combustível, depois de terem devastado centenas ou milhares de hectares e destruído habitações e bens, do que decorre que as melhorias no combate não se traduzem por uma contenção das chamas proporcional ao investimento realizado.
Indiscutivelmente, os problemas de ordenamento do territórios surgem como muito pouco prioritários, e, eventualmente, se-lo-ão cada vez menos, na medida em que a consecutiva redução de residentes no Interior reduz a importância política destas vastas áreas, enquanto o empobrecimento desta áreas envelhecidas e desertificadas quase as torna dispensáveis para a economia nacional.
Nem mesmo quando os problemas que resultam da falta de visão para o País, que leva ao acumular das populações numa estreita faixa no litoral, onde outros problemas se acumulam, sendo o mais óbvio o do preço da habitação, irresolúvel quando se pretende uma concentração populacional que vai muito para além do razoável, atingem a maioria dos residentes, se equaciona a necessidade de revitalizar o Interior do País, redistribuindo as populações, obviamente de forma voluntária, como consequência da melhoria das condições de vida fora dos grandes centros.
Desertificado, sem sustentabilidade económica, serão cada vez mais extensas as áreas do Interior que serão devastadas pelos fogos, consequência de uma vulnerabilidade extrema, inevitável quando não existem nem populações locais, nem tecido económico que possam manter e rentabilizar estas áreas, com o abandono a criar as condições ideais para a propagação das chamas e o clima a potenciar este fenómeno em ciclos cada vez mais curtos.
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