No dia do funeral de Madiba, queremos lembrar não apenas as razões da luta que travou, mas também os nomes de alguns, na verdade um número insignificante perante o total, de quem partilhou da mesmas convições, partilhou a mesma luta, mas nunca chegou a assistir ao triunfo dos seus ideais nem teve um enterro com a dignidade que um ser humano merece.
Dos nomes que constam nesta lista, ao som do "N'Kosi sikelei' iAfrika", talvez apenas o de Steve Biko seja recordado por alguns dos nossos leitores, sobretudo aqueles que assistiram ao filme "Cry freedom", de Richard Attenborough, sendo de realçar que, ao contrário do que surge mencionado na causa da morte oficial, que alega resultar de uma greve de fome, esta deveu-se a espancamento, maus tratos e falta de assistência médica.
"N'Kosi sikelei' iAfrika" ou "Deus abençoe a África" no dialecto Xhosa, foi composto originalmente em 1897 por Enoch Sontoga, um pastor metodista em Joanesburg, tendo sido adoptado como hino nacional após a independência pela Zambia e Tanzânia, e temporariamente pela Namíbia e Zimbabwe, e parcialmente incluido no hino da África do Sul, sendo ainda hoje um dos símbolos da luta pela liberdade.
Escutar a música enquanto se lê os nomes de alguns dos que perderam a vida na luta contra o "apartheid", recordando que formas semelhantes de tirania e opressão ainda existem em todo o Mundo, não apenas quando não existem liberdades, mas também quando há necessidades básicas que não podem ser satisfeitas, é manter viva a luta e os ideais de Madiba, de quem hoje nos despedimos.
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