Este tipo de comportamento, muito habitual em casos de stress pós traumático, que tem como base um complexo de culpa por parte dos sobreviventes, que se recusam a aceitar o facto de não terem partilhado do destino daqueles que perderam a vida, tende a ser pouco reconhecido, mas representa um perigo significativo não apenas para os próprios, mas para quem com eles actua.
O sentimento de que o estar vivo é injusto face aos que perderam a vida e uma forma inconsciente ou subconsciente de corrigir da pior forma essa realidade, não será fácil de entender ou reconhecer, carecendo de uma análise individual séria por parte de especialistas com experiência a nível do stress pós traumático e das dificuldades e problemas enfrentados pelos bombeiros.
Este processo de análise, bem como as acções consideradas como necessárias dela decorrentes, são essenciais para, em conjunto com a vertente operacional, requalificar uma unidade, reintegrando, se possível, os elementos mais atingidos, mas, caso necessário, afastando-os, sempre que existam dúvidas fundamentadas de que representam um risco acrescido para os próprios e para o colectivo.
Sendo os elementos mais jovens, portanto aqueles que terão pela frente uma carreira mais longa, aqueles que serão mais vulneráveis aos efeitos resultantes do stress pós traumático, facto que pode ser transposto de outras realidades, razão pela qual um acompanhamento preventivo, antecipando possíveis situações de maior gravidade, será sempre de equacionar, sendo este um procedimento que deve ser implementado com a brevidade possível.
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