E se não há respostas, também efectivamente não há consequências, mantendo-se estruturas de comando, e aqui temos forçosamente de incluir a cúpula política que estabelece ou determina as orientações gerais e impõe orçamentos e legislação, a qual, ao criar um dado enquadramento, assume a responsabilidade última de um cenário onde os actores seguem um guião que, nos seus detalhes decisivos, desconhecem.
Nem, ao menos, se evitou o esquecimento, forma última de desresponsabilização ou de afastar uma consciência pesada, mas que constitui uma última forma de insulto contra a memória dos que partiram e os que ainda persistem na mesma missão em condições que em tudo replicam aquelas onde se perderam vidas.
Dos inúmeros inquéritos e relatórios, muitas vezes confusos, contraditórios, tantas vezes refeitos em função das conclusões pretendidas na altura da sua instauração, nunca houve consequências, apontando-se sistematicamente para os mais vulneráveis ou para quem, pura e simplesmente, já não se pode defender, protegendo sempre a hierarquia.
Optamos por distribuir esta pequena reflexão por três textos, cada um deles ilustrado pela foto de um dos bombeiros que perderam a vida no combate ao grande incêndio do Verão passado na Serra do Caramulo, como recordação e homenagem não apenas estes três bombeiros, mas a todos os que perderam a vida em serviço, e que, ao londo destes últimos anos, se cifram em várias dezenas.
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