E daqui se passa, de forma fácil e transparente, para as causas mais profundas desta evolução tão negativa e, inerentemente, da responsabilidade que, sendo necessariamente partilhada por muitos, não pode excluir ninguém, menos ainda a quem cabe a direcção estratégica, mesmo que esta virtualmente não exista, e tenha como função tomar as grandes opções que determinam os cenários macro onde tudo o resto, de uma forma ou de outra, por vezes à força, se encaixa.
Chegamos assim, ao nível do decisor político, seja a nível executivo, seja legislativo, do qual decorre a criação de cenários e conjunturas que condicionam a acção de quem age num âmbito mais restrito e, pela sua escassa capacidade decisória ou autonomía funcional, apenas pontualmente pode modificar ou condicionar decisões provenientes de um nível superior, normalmente muito pouco receptivo a tudo o que possa por em causa planos globais por sí considerados como virtualmente infalíveis.
As próximas eleições legislativas, coincidindo com o termo da época mais complexa de fogos, poderão ser muito mais influenciadas por estes do que se pode prever, sendo óbvio que factores psicológicos, como as imagens de fogos, ou mesmo do sofrimento destes resultante, ter um efeito muito superior ao de um quadro estatístico, por muito objectivo e favorável que este seja.
Devemos recordar que várias eleições, cujos resultados eram, com algum grau de certeza, antecipados por sondagens, tiveram desfechos absolutamente inesperados perante um conjunto de circunstâncias que teve um impacto decisivo no eleitorado, sendo disso exemplo as eleições presidenciais americanas, na sequência dos ataques de 11 de Setembro, ou as legislativas em Espanha, realizadas poucos dias após os atentados nas estações ferroviárias de Madrid, a 11 de Março, e que derrotaram o Partido Popular, que seria um quase certo vencedor.
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