Muitas das mais recentes reportagens a que assistimos foram confrangedoras, plenas de frases sem sentido, generalidades aplicáveis a todas as situações, falta de rigor ou mesmo incapacidade de entender a situação, enquanto as imagens pouco adiantavam, oscilando entre a filmagem a longa distância, onde apenas o fumo era visível, e alguns planos próximos, centrando-se num conjunto de labaredas virtualmente indistintas que podem ser encontradas em qualquer incêndio.
Entendemos que existem custos inerentes à contratação de profissionais especializados, que necessitam de tempo para se integrar num meio que muitos desconhecem, bem como a formação e acompanhamento que permita adquirir os conhecimentos que facultem a capacidade de interpretar os eventos que presenciam, mas este é o preço a pagar pelo rigor da informação que todos merecemos.
Ao invés, dispor de uma infinidade de estagiários quase em permanência a acompanhar os teatros de operações pode sair barato, mas os conteúdos tendem a ser quase irrelevantes, mesmo quando incluem entrevistas a comandantes operacionais, que respondem a perguntas vagas enquanto se vêm imagens de chamas que difilmente ajudam a entender qual a situação real no terreno ou os contornos do combate.
Tal como em todas as actividades, o profissionalismo é essencial, e se este, a bem de todos, inclusivé dos próprios, é exigível aos bombeiros, o mesmo se exige a quem os acompanha e relata as suas acções, sem o que a qualidade de informação, para além de irrelevante, é facilmente manipulável acrescentando um risco a todos os que já enfrentam todos quantos lutam contra as chamas.
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