domingo, outubro 04, 2015

E o vencedor é... - 4ª parte

Também a dinâmica de vitória ou derrota, em parte espelhada pelas sondagens e estudos de opinião, mas que se percebe sobretudo na mensagem e na atitude dos diversos líderes partidários, onde se intui um aumento ou diminuição da confiança na vitória, espelhada, quase sempre em declarações agressivas, erráticas, acumulando erros, incoerências e falta de capacidade para esclarecer questões da maior importância, aponta para um resultado que se começa a prever.

Finalmente, algum tipo de radicalismo, a falta de diálogo, o colocar em causa princípios quase universais, podendo-se citar como exemplo a recusa de aprovar orçamentos ou programas de governo, algo imprecedente entre os partidos que habitualmente exercem o poder, enquanto se insinuam coligações ou apoios que, pela natureza dos programas, são incompatíveis, enviam uma mensagem que o eleitorado sente como perigosa, comprometendo a estabilidade governativa e, consequentemente, o estado do próprio País.

Em Portugal, ao contrário de outros países, nunca se verificou um sistema meramente bipartidário, nem sequer com dois blocos principais que alternam no poder, nem as maiorias são favorecidas pela legislação actual, dado não estarem previstos nenhum dos mecanismos que facilitam este tipo de maioria, do que resulta um complexo exercício de estabelecimento de equilíbrios e alianças, mais ou menos formais, razão pela qual alianças eleitorais são tecnicamente favorecidas, mas politicamente penalizadas, somando votos e dividindo protagonismos.

Sendo difícil fazer previsões, utilizando como base as sondagens existentes e introduzindo as correcções resultantes de um conjunto de factores, alguns dos quais enumeramos nestes textos, outros numa sequência anterior, será de esperar que, em relação às sondagens, caso se mantenha o nível de abstenção previsto, a actual maioria tenha um aumento percentual que poderá chegar aos 2-3%, com o principal partido da oposição a ser penalizado numa percentagem semelhante, mas com a evolução a poder atenuar-se caso a abstenção diminua, enquanto as restantes formações que tradicionalmente elegem deputados terão um resultado muito próximo do previsto.

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