O fecho daquela unidade industrial, que tinha um impacto nas exportações e no PIB muito inferior ao da Autoeuropa fez-se sentir a todos os níveis, sobretudo localmente, com uma povoação onde se respirava alguma prosperidade a ficar, subitamente, privada do seu maior foco de rendimento, o que determinou a ruina de muitos pequenos negócios.
Com base nessa experiência, sejam os autarcas do distrito de Setúbal, na sua maioria conotados com a Esquerda, sejam os responsáveis governamentais, do lado oposto do espectro político, unem-se nessa cumplicidade que, na opinião dos próprios, deve ser uma forma de evitar alarmismos ou de diminuir vendas e a viabilidade da Autoeuropa, mas que, ao mesmo tempo, adia a elaboração de planos de contingência que, quase certamente, serão necessários.
Com excepção da Alemanha, que tem outra capacidade de resposta e uma riqueza que permite construir alternativas, mesmo que o efeito da quebra no sector automóvel seja muito superior, onde as alternativas estão presentes, será Portugal um dos países mais afectados, com a possibilidade de uma quebra superior aos 3% do PIB, e uma muito maior a nível de exportações, nomeadamente no sector indústrial mais avançado, o que representa um choque superior ao que resultou da entrada da "troika" e às restrições então impostas.
Sabendo-se que entre a produção da Autoeuropa se encontram numerosos veículos com o "software" que adultera os resultados, facto desde sempre inevitável dado que qualquer descrepância de valores para motores idênticos seria um alerta, e face à desvalorização da marca e ao anúncio da suspensão de investimentos não essenciais, não temos dúvidas que existirão consequências para esta unidade industrial.
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