No entanto, todas estas modificações, quando feitas por particulares que as efectuam nos seus próprios veículos, ou mesmo por empresas do ramo, têm um nível de gravidade diferente, na medida em que o proprietário tem delas conhecimento, apesar de, por alterar parâmetros de funcionamento e níveis de emissão, terem diversas implicações, que inclusivé podem ter repercussões legais.
No caso da Volkswagen, estão presentes todos os factores negativos, rompendo um laço de confiança com os consumidores, com entidades oficiais e reguladores, pondo em causa os sistemas de teste e os processos de homologação, sendo manifesto que os procedimentos são inadequados, propensos a fraudes e que, na conjuntura actual, necessitam de ser inteiramente revistos, devendo ser aplicados a modelos previamente homologados, como forma de restaurar a credibilidade no sector.
Confiar, uma palavra chave nesta indústria, torna-se cada vez mais difícil e a transposição de possibilidade de falsificações a nível de emissões para a segurança dos veículos, mesmo que nunca explicitamente referida, surge de forma insidiosa, pondo em causa testes, homolgações, bem como as entidades que as regem, e prestígio de uma marca, qua pode arrastar atrás de sí um sector, expondo gravemente as economias mais débeis ou que dependam mais directamente de um sector ou de um conjunto de unidades industriais particularmente diminuto.
Tal como acontece com a refinaria de Sines, e consequentemente com o preço do petróleo, a dependência absurda e perigosa de Portugal face a uma simples fábrica e a incapacidade de enfrentar quem gere o grupo a que esta pertence, demonstra a enorme vulnerabilidade de um País que foi sendo vendido, privado de grande parte da sua indústria e infraestruturas e que, perante uma crise de um grupo de empresas, sedeadas no estrageiro, e numa difícil conjuntura político-partidária, pode ficar à beira do colapso.
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