Contabilizaram-se em Portugal um total de 1215 suícidos durante o ano de 2014, o último para o qual existem dados disponíveis, correspondendo a um aumento de 16% face ao ano anterior, o maior que alguma vez se verificou entre nós desde que são efectuados registos, razão pela qual insistimos neste tema, não obstante diversas abordagens em textos anteriores.
Considerado por muitos como um verdadeiro problema de saúde pública, o aumento do número de suicídos verificado ao longo dos últimos anos deve ser considerado como alarmante, sendo manifesto que o esforço das entidades competentes é insuficiente, sem que estejam implementados mecanismos de alerta os quais passam pela sensibilização de todos, não apenas dos raros especialistas nesta temática ou, de forma mais genérica, em saúde mental.
Deve-se ter em atenção que estes números são complexos em termos de interpretação, sendo certo de que, pela estigmatização e reprovação social inerente, será de admitir que que estejamos diante de uma parte do total, mas também que a percentagem das mortes atribuida a suicídio tenha vindo a aproximar-se da realidade.
É manifesto que, ao longo de anos, esta era uma realidade encoberta, por razões de vária ordem, desde a vergonha até a questões de ordem religiosa, já que aos suicidas seria negado um funeral católico, pelo que parte do aumento pode, efectivamente, corresponder a uma maior aceitação social desta inegável realidade.
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