Mas se este último padrão, que não exterioriza desespero, foge aos habituais padrões de detecção, na maior parte dos casos restantes os sinais de alerta, quando devidamente interpretados, podem apontar para um nível de risco elevado, recorrendo a tabelas onde este tipo de avaliação se traduz de forma quantitativa e estabelece níveis que justificam uma intervenção e avaliação do estado do potencial suicida.
Sem acompanhamento, inserido num meio onde os sinais de alerta são ignorados, como resultado de falta de sensibilidade e de formação, a tendência para um crescente isolamento aumenta gradualmente o risco, sendo frequente que o recurso a ajuda especializada surja numa fase muito avançada do processo, quando a inversão da tendência depressiva seja mais difícil de efectuar.
O recurso exagerado e crescente a medicação, com pouco ou nenhum acompanhamento médico, pode ser a solução mais simples e imediata, para alguns a única, face aos escassos recursos disponíveis, controlando temporariamente uma situação que tende a agravar-se, o que implica um sucessivo aumento da dosagem até que, inevitavelmente, é atingido um ponto de ruptura.
Quando a medicação não resulta, e sem que sejam apontadas outras soluções, estão criadas condições para um desfecho trágico, confirmado pelas estatísticas, que, não obstante apontarem para um aumento consistente das taxas de suicídio, não tiveram como consequência o investimento na prevenção e nos cuidados que possam contribuir para uma inversão desta tendência, sendo certo de que a real solução é estrutural e implica uma profunda acção na sociedade.
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