A alegada obrigatoriedade de inspeccionar os motocíclos com mais de 250 cc, algo que decorre de declarações de responsáveis pelos centros de inspecção e não de uma entidade com responsabilidades governamentais ou legislativas, resultou numa assinalável mobilização por parte dos proprietários deste tipo de veículo e da entrega de uma petição na Assembleia da República, na pessoa do deputado comunista Miguel Tiago, único parlamentar presente na ocasião.
Em primeiro lugar, devemos salientar, e elogiar, a união e capacidade de mobilização dos motociclistas, uma comunidade que sabemos ser solidária e capaz de defender os seus interesses e princípios, algo que, infelizmente, é raro no nosso País, onde o associativismo e a cooperação no sentido de atingir objectivos comuns parece não se encontrar na mentalidade da maioria dos cidadãos.
Entre as questões levantadas pelos motociclistas, e provavelmente a que mais os faz opor às inspecções, surge a das modificações, algo muito comum entre os motociclos e que, caso verificada a sua conformidade com a documentação ou com o modelo original, resultaria na reprovação de uma elevada percentagem destes veículos caso fossem inspeccionados.
Entendendo-se a situação, e sobretudo as implicações resultantes quando se impõe uma legislação restritiva ou de maior controle num sector onde a tolerância é muito superior à de outros veículos motorizados, a disparidade de critérios face a outras classes de veículos, obrigatoriamente inspeccionados e com alterações severamente controladas, merece reflexão.
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