Assim, a esmagadora maioria das ideias ou propostas de que temos conhecimento, muitas da autoria de quem nunca antes se debruçou sobre uma temática complexa e o faz agora sob a pressão dos acontecimentos, apresentando um conjunto de sugestões que, podendo parecer interessantes, são meros paliativos que servem apenas para acalmar a justa ira de quem foi atingido, não atingindo as verdadeiras causas, desconhecidas à maioria de muitos dos nossos mais conhecidos opinadores.
A expressão "ordenamento", nestas condições e frequentemente pronunciada por quem tem efectivamente muito poucos conhecimentos e não analizou toda esta problemática, arrisca-se a comprometer o próprio conceito, desgastando-o e retirando-lhe o conteúdo, vulgarizando uma palavra que pouco mais significará do que um propósito desenquadrado das reais necessidades do País.
Tal como é hábito, muitos tentam começar a edificar a partir do telhado, ou satisfazem-se com uma única parede, numa inutilidade sem estrutura nem utilidade, que apenas representarão uma vantagem para quem participa na iniciativa, mas que em nada beneficiará o País ou as populações envolvidas, sendo certo que apenas será um custo que acrescerá aos actuais e são dispendidos essencialmente no dispositivo de combate.
O esquecimento de princípios básicos de solidariedade e subsidariedade compromete desde há muito a unidade nacional, comprometendo gerações inteiras de residentes em zonas do Interior, privadas dos meios e equipamentos mais básicos, considerados excedentes pelo Estado que optou por investir no mais rico e densamente populado Litoral, onde o retorno eleitoral é obviamente muito superior evidencia um conjunto de opções que têm como corolário não apenas a vertente visível dos fogos florestais, mas a insustentabilidade do Interior, da qual os incêndios são um dos síntomas mais evidentes.
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