Por outro lado, o termo da dispensa excepcional ao trabalho dos funcionários públicos que sejam bombeiros voluntários, numa decisão governamental que consideramos incompreensível e grave, sobretudo quando o País ainda enfrenta grandes dificuldades no combate aos fogos, envia uma mensagem francamente negativa, podendo gerar um comportamento equiparável por parte dos empregadores privados.
É óbvio que, face às dificuldades económicas que o País enfrenta, esta decisão, que visa limitar o tempo de ausência os bombeiros que são igualmente funcionários públicos dos respectivos postos de trabalho, pode trazer algum tipo de ganho imediato, mas as consequências, sobretudo face à possibilidade de ser seguida no sector privado, são imprevisíveis, enviando uma mensagem que pode ser negativa.
Se actualmente, em alturas específicas, se sente a falta de efectivos, compensados, quando possível pelo recurso aos meios aéreos, esta opção governamental, que de tal forma ilógica parece ter fundamento político-ideológico, não tem impacto apenas na actividade operacional, mas também na preparação ou nos treinos, dado que o limite de 36 dias inclui todas as ausências ao trabalho.
Após a adopção desta medida duvidamos da possibilidade de manter os efectivos que actualmente se podem mobilizar, sendo certo de que não existem recursos financeiros para proceder à substituição de voluntários por profissionais, algo que, sendo teoricamente vantajoso, tem um conjunto de implicações negativas a vários níveis, nomeadamente no envolvimento da sociedade civil no socorro.
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