Este problema afecta não apenas os particulares, mas também, e sobretudo, quem efectua distribuição de produtos, e na zona afectada existe supermercado, farmácia e restaurantes, para citar alguns estabelecimentos comerciais, sendo certo de que existirá uma maior dificuldade e morosidade no seu abastecimento, aumentando os custos das empresas contratadas para o efeito.
Mesmo excluindo o problema sectorial consubstanciado na rua afectada, todo um conjunto de artérias circundantes sofrerão um impacto negativo, como consequência de deslocações mais longas em vias já sobrecarregadas com tráfego, tal como quando se lança uma pedra sobre a água e os efeitos, mesmo que diminuindo com a distância, abrangem uma área muito superior ao que inicialmente se prevê.
Interrogamo-nos quanto aos motivos de tal decisão, se efectivamente existem, ou se estamos perante algum tipo de fundamentalismo que visa punir o uso de veículos motorizados, seja por parte de particulares, seja por profissionais, essenciais ao funcionamento da cidade, criando assim um espaço artificial, hostil aos seus residentes, destinado unicamente a potenciar o turismo, que parece ser cada vez mais o principal sustendo de Lisboa.
Se alargarmos estas alterações em círculos concêntricos, estas, ao contrário do que a Câmara Municipal afirma, têm vindo a dificultar a circulação de veículos, diminuindo efectivamente a segurança viária e, em muitos locais, colocando em causa a segurança dos peões, obrigados a deslocar-se em passeios construídos ao nível das faixas de rodagem e com veículos a surgirem de locais imprevisíveis face à lógica que devia presider o ordenamento do tráfego.
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