sexta-feira, agosto 25, 2017

Calamidade declarada - 3ª parte

É de realçar que o recurso a um tipo de alimentação de emergência, para além de questões nutricionais e da adaptação às circunstâncias, tem efeitos a nível psicológico sobre quem a consome, que facilmente sente que não está a ser tratado de acordo com o empenho demonstrado, resultando numa sensação de ingratidão e mesmo de abandono que em nada contribui para o seu desempenho.

Também será discutível o impacto real sobre empresas privadas da concessão de dois dias de descanso por cada dia de operações, bastando para tal calcular que, após ter prescindido de um trabalhador durante, por exemplo, uma semana, terá que conceder outras duas como compensação determinada pelo Estado, o custo, a multiplicar pelo número de trabalhadores abrangidos pode ser elevado.

Esta opção pode ter implicações, com as empresas a penalizarem os bombeiros que se encontram entre os seus funcionários, tal como muitas o fazem face a outras situações onde as faltas ao trabalho, mesmo que justificadas, possam ser consideradas como um peso excessivo, ou a, de forma mais ou menos velada, limitarem a acção dos bombeiros que nelas trabalham, de modo a que este não participem nas operações.

Numa empresa de pequenas ou médias dimensões, o impacto de uma medida deste tipo, independentemente da sua justiça, mérito ou necessidade, tenderá a ser grave, sobretudo numa altura de férias, onde a duplicação de funções pode ser inexistente, resultanto numa desestruturação de processos que, no limite, podem impedir o seu funcionamento normal, bastando para tal a indisponibilidade de um conjunto de colaboradores com funções chave.

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