Também entidades comerciais acedem cada vez mais a estes dados, por vezes ilegitimamente, seja por recolha indevida, seja por aquisição a outrém, normalmente sem autorização ou com o desconhecimento de quem consta das enormes bases de dados transacionadas, por vezes por valores extremamente elevados, e quase sempre sem respeito pela privacidade de cada um, podendo consolidar toda a informação de modo a estabelecer perfís que incluam os vários cliente-tipo.
O próprio Google, entre outros, recorre a publicidade direccionada e muitos poderão interrogar-se quanto à sua adequação, por vezes estranhamente adequada ao utilizador, seja a nível de perfil, seja por um comportamento específico que nos leva a interrogar qual o nível de intrusão necessário para atingir uma precisão que será, no mínimo, suspeita, sobretudo quando directamente relacionada com o conteúdo de uma mensagem que devia, em princípio, ser inteiramente privada.
Quando coligidas, a precisão do perfil individual de cada utilizador assume contornos assustadores, podendo constar deste todas as rotinas habituais ou hábitos de consumo, mas também as deslocações menos comuns, efectuadas uma única vez, tal como os diversos tipos de interacção ou transacção, mesmo as não comerciais, e, caso sejam adicionados dados provenientes de redes sociais, será um retrato com contornos pessoais onde inclusivé algumas confidências poderão ser expostas.
Não existem formas de evitar completamente o que, no limite, pode ser uma devassa da vida privada, sendo certo de que muita informação será recolhida, independentemente da vontade de cada um, mas existem medidas e atitudes que possam minimizar o risco da sua exposição, e será nesta vertente que todos nos devemos concentrar os maiores esforços por ser onde podem ser alcançados resultados mais concretos.
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