Foi revelado o relatório realizado por uma comissão independente, apesar dos membros serem selecionados por orgão de soberania onde o peso político se faz, naturalmente sentir, condicionando as escolhas, apontado responsabilidades para a estrutura da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) e para os comandos que coordenaram as operações na sua fase inicial.
O relatório salienta que podiam ter sido implementadas medidas preventivas na altura do início do incêndio, nomeadamente a nível de evacuação das áreas atingidas ou ameaçadas ou, caso tal se revelasse impossível, dar indicações às populações para que se mantivessem nas suas residências, não correndo o risco de tentar fugir.
Aliás, anteriormente, já tinha sido estabelecido um conjunto de atitudes que melhor asseguram a segurança em zonas afectadas por incêndios, sendo a fuga por iniciativa própria e sem indicações concretas completamente desaconselhado, com a possibilidade de sobrevivência a ser muito maior para quem se protege na própria residência, facto que a tragédia de Pedrogão Grande acaba por comprovar.
Admitimos que a fuga seria virtualmente impossível no caso do incêndio de Pedrógão Grande, o segundo maior na história do país, desde que há registo e o que libertou mais energia, atingindo um máximo de 4.459 hectares numa única hora, pelo que as temperaturas atingidas constituiriam barreiras praticamente intransponíveis.
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