A área ardida até ao final de Setembro representa mais 174% de área ardida face à média dos últimos anos para o mesmo período, mas registaram-se menos 10% de ocorrências, pelo que cada ocorrência, em média, representa uma área ardida quase dupla face à média, algo que justifica uma reflexão e, naturalmente, a adopção de medidas.
Um menor número de ocorrências e um muito maior número de área ardida não tem apenas um significado estatístico, mas depende sobretudo da forma de distribuição em termos de áreas, sendo certo de que mesmo um número percentualmente muito reduzido de ocorrências correspondente a grandes incêndios altera por inteiro uma perspectiva baseada nos números, onde falta a correspondente análise.
Manifestamente, foram os grandes incêndios, alguns dos quais se prolongaram por vários dias o factor de peso no total da área ardida, contribuindo com quase 90% para o total, e é nas óbvias dificuldades em controlá-los, gerindo uma situação complexa e que envolve efectivos e meios substanciais que nos devemos centrar, secundarizando as ocorrências de menores dimensões onde não se colocam os mesmos problemas a nível de comando, coordenação e logística.
Contribuindo para o sucedido temos, sobretudo, críticas ou queixas quanto à capacidade de coordenação por parte da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), a alguns comandos distritais em termos da sua competência e capacidade efectiva para cumprir a sua função e ao SIRESP, cujas falhas pontuaram este Verão, e cuja óbvia responsabilidade parece ampliada como forma de justificar as culpas de terceiros.
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