Os efeitos colaterais dos incêndios sentem-se, inevitavelmente, durante o período de chuvas mais intensas e, mesmo que uma causalidade directa possa ser difícil de estabelecer, a ligação entre factos é evidente quando estes são analizados de forma estatística, sendo óbvio que determinadas situações ocorrem com maior frequência nas zonas devastadas pelos fogos.
Tipicamente, não é feita uma associação aos fogos quando um conjunto de fenómenos naturais ocorrem de forma algo exagerada, com uma intensidade superior ao habitual, pelo que os danos resultantes não são encarados como consequência, mesmo que parcial, dos incêndios, os quais provocam prejuízos muito para além da época em que ocorrem, mesmo que tal não lhes seja imputado, aumentando substancialmente o total de danos causado.
Desta falta de conexão, e do estabelecimento de uma relação de causalidade, decorrem problemas quanto à atribuição de responsabilidades, com consequências a nível de compensações, incluindo por parte de seguradoras, do que resulta um montante de prejuízos dificilmente calculável e que não será imputado à sua causa primária, mas a um conjunto de factores secundários que podem não estar na origem do problema.
Assim, as consequências reais dos incêndios continuam difusas, sem cálculos adequados e com uma responsabilização dispersa, onde a confusão entre causas e consequências, mesmo que em alturas precisas estas se interliguem de forma consistente, resulta na minimização de um problema estrutural, cuja abrangência teima em ser ignorada por quem devia olhar para o País como um todo.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário