Entre os diversos livros, disponíveis na Internet e legalmente partilháveis, destinados a intervenção em cenários de crise ou de catástrofe, merece um especial destaque o "Psychological First Aid", da "Australian Psychological Society" e distribuído pela Cruz Vermelha desse país, que, com apenas 36 páginas, em inglês, mas de fácil leitura, aborda de forma prática uma temática muitas vezes negligenciada.
O livro, que assume forma de guia prático, prepara os intervenientes em cenários de catástrofes para abordar as vítimas, que poderão ter perdido desde entes queridos ao lar, passando pela destruição ou perda de referências a vários níveis, e que, para além de possíveis problemas de ordem física, se encontram psicologicamente fragilizados, uma vertente por vezes descurada e que, posteriormente, pode vir a ter um impacto grave nas populações afectadas.
Tipicamente, e até recentemente, a intervenção em áreas de catástrofe visava, essencialmente, a recuperação física das vítimas e a reconstrução ou reparação de bens e equipamentos, tentando dar às populações um mínimo de condições que lhes permitisse viver com um mínimo de condições e evoluir, mesmo que ao longo de anos, de modo a readquirir o nível de vida anterior aos eventos que implicaram uma intervenção externa.
O apoio a nível psicológico era secundarizado, por vezes completamente omitido ou reservado a casos extremos, sendo frequentemente apenas avaliados aqueles que sofreram danos físicos ou eram facilmente identificáveis como necessitados de apoio, enquanto os restantes, que constituiam a grande maioria, apenas a pedido eram contemplados, algo que nem sempre era correctamente entendido por quem presta o socorro e se tende a fixar nos casos aparentemente mais graves.
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