Naturalmente, estamos a falar dos incêndios que foram investigados, pelo que pequenos fogos, sem grandes consequências, não são incluídos nesta estatística, sendo intuitivo que estes serão ainda mais fortuitos do que aqueles que resultaram em fogos de grandes dimensões dado que nestes haveria uma maior probabilidade da existência de intencionalidade, com actos no sentido de potenciar o seu alastramento.
Desta forma, caso se as investigações abrangessem a totalidade dos incêndios, algo que, face aos recursos existentes, não é possível, será inevitável que a percentagem de fogos com causas determinadas como não intencionais aumentasse substancialmente, enquanto as restantes, por oposição, diminuiriam na mesma proporção, atingindo níveis pouco mais do que residuais o que, efectivamente, parece corresponder à realidade e à própria intuição resultante do conhecimento do panorama nacional e do comportamento humano.
Não queremos com isto dizer que os incêndios que resultam de actos intencionais e deliberados não assumam grande gravidade, mas que a teoria de que existe uma rede criminosa por detrás desta realidade, e até prova em contrário, é algo que consideramos completamente fictício e que apenas serve como manipulação da opinião pública ao serviço de interesses ou propósitos que os seus divulgadores ou apoiantes se recusam a esclarecer.
A fictícia rede de incendiários, a conspiração de uma organização tão criminosa quanto desconhecida, tem servido, essencialmente, como forma de desculpabilização por parte de todos quantos cometeram erros, seja por actos, seja pela inacção, para quem a imprevisibilidade e malícia do crime seria o motivo que levou à derrota das suas acções, as quais, quase certamente, a existirem, terão sido erradas ou ineficientes, pelo que merecem uma avaliação de todos, sem atenuantes nem desculpas.
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