domingo, setembro 02, 2018

Lisboa, cidade fechada - 35ª parte

A reparação ou requalificação de edifícios, quando destas não resulte a expulsão dos residentes, vítimas do actual mercado imobiliário, é sempre positiva, sendo que este tipo de obras deve obedecer a um conjunto de regras conhecidas e corrigir erros que, posteriormente, poderão ter implicações, que, no limite, venham a comprometer as obras realizadas.

Uma reparação profunda do exterior, o que implica sempre a dispendiosa montagem de andaimes, deixando ficar os cabos dos operadores de comunicações, surge como inadequada, sendo mais razoável investir essa verba na passagem dos cabos para o interior, tapando os buracos e danos resultantes da sua colocação no exterior, e, caso a verba seja insuficiente, adiar a reparação e pintura, que a presença dos cabos pendurados rapidamente comprometem.

Por experiência própria, temos a noção de que passar cabos do exterior para o interior tem custos e implica incómodos, não sendo suficiente enterrá-los quando atravessam a via pública, mas proceder ao seu encaminhamento pelo interior do prédio e a distribuição pelas várias residências, mudando o ponto de entrada e obrigando a instalar novos cabos que, ao contrário dos provindos do exterior, tendem a ser mais longos e passar por mais do que uma divisão.

No entanto, efectuar uma reparação do exterior e manter os cabos, com todos os furos que tal implica e pelos quais haverá infiltrações comprometedoras da obra realizada, danificando-a em escassos anos, parece ser um investimento pouco razoável, sendo que este tipo de obras devia obrigar, na altura do licenciamento, a rever esta situação, digna de um país do terceiro mundo e incompatível com uma cidade que parece estar na moda.

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