A criação de uma nova unidade de Protecção e Socorro e de novas forças de sapadores florestais, a obrigatoriedade de os municípios disporem de novos planos de protecção, encontram-se entre os anúncios feitos, para os quais não foram adiantados detalhes ou o respectivo enquadramento orçamental, sendo de temer que não passem do papel ou, como já aconteceu, corresponda a uma transferência de recursos, como acontece com os da GNR, que saem da segurança e ordem pública para o combate aos fogos.
Noutro âmbito, para evitar plantações não autorizadas, foi decidido que as multas para a produção de eucaliptos pode atingir os 44.000 Euros, no caso de empresas, e caso após notificação não tenham sido retirados, o valor pode vir a duplicar, sendo patente que, no ordenamento do território, as medidas punitivas continuam a ser o traço dominante.
A responsabilização dos eucaliptos, esquecendo que outras espécies, como as resinosas, são igualmente potenciadores de incêndios, ou que, tendo em conta a frequência com que os fogos devastam o País, apenas espécies de crescimento muito rápido poderão proporcionar alguma sustentabildiade a quem vive da floresta, continua a ser um dos argumentos repetidos, esquecendo que um eucaliptal ordenado é menos vulnerável do que um pinhal no estado caótico em que muitos, talvez a maioria, se encontram.
Naturalmente, na actual conjuntura e face ao cenário existente, a proibição de eucaliptos, ou o seu forte condicionamento, terá como resultado o favorecimento das madeireiras já em laboração e a impossibilidade de muitos pequenos proprietários rentabilizarem os seus terrenos, pelo absurdo que é investir num produto cujo ciclo de vida, para ser rentável, é muito superior ao dos fogos de devastam o País e que, com toda a probabilidade, destruiriam investimentos a médio e longo prazo.
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