A celebração de um final de Verão onde 12.000 incêndios consumiram 43.000 hectares, na sequência de um ano anterior devastador, sem a apresentação de medidas estruturais, nem detalhar adequadamente as que foram apresentadas, parece-nos absolutamente inadequado, sendo de prever que, a bem do equilíbrio orçamental, muito pouco irá ser concretizado, salvo na vertente punitiva, onde o valor das coimas engrossa as receitas do Estado.
Sem a atribuição da dotação financeira adequada, e face aos registos dos últimos anos existem fundadas dúvidas que sejam atribuídas as verbas necessárias, o conjunto de medidas propostas vai-se ficar pelo anúncio, nem sequer pela intenção, dado que para que esta existisse, estaria subjacente a sua integração numa perspectiva mais vasta, sendo sempre dúbio que medidas avulsas e desenquadradas venham a justificar o investimento que, independentemente dos resultados que se podem esperar, é necessário para as operacionalizar.
Sendo o último ano desta legislatura, e com a ideia de que um orçamento com um défice mínimo, de 0.2%, terá um impacto positivo a nível eleitoral, entre desvios de verbas, cativações e atrasos, pouco será efectivado, sabendo o Governo que, independentemente do que suceder em 2019 em termos de incêndios florestais, não seriam medidas anunciadas agora que teriam um impacto decisivo, pelo que não se iriam traduzir numa vantagem na altura das eleições.
Com a previsão de um Inverno chuvoso, tendo em conta os ciclos de regeneração da vegetação nas zonas ardidas em 2017, o ano que se avizinha nada terá a ver com o que agora se aproxima do termo, pelo que se teme que um ciclo semelhante ao de 2003 e 2005, que muitos já terão esquecido e com o qual raros terão aprendido, se repita.
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