Bastou um mês para que Portugal tivesse uma área ardida superior à dos restantes países mediterrânicos em conjunto, uma situação que, infelizmente, se tem repetido nos últimos anos e que vem demonstrar que muito ainda está por fazer, confirmando, como se tal fosse necessário, que não é possível ao combate, por muito eficaz que seja, possa compensar a falta de prevenção e de políticas que estruturem o País de forma adequada.
O fogo de Mação, com 10.000 hectares, foi o maior da Europa este ano, batendo todos os incêndios de países como a Grécia, Itália ou Espanha, e em Julho o total de área ardida em Portugal mais que duplicou, revertendo um panorama aparentemente favorável, mas que se deveu, essencialmente, a condições climatéricas que não propiciaram a propagação das chamas.
O Governo considerou que o fogo de Mação teve proporções e consequências que o leva a considerar como uma catástrofe natural, pelo que os concelhos abrangidos terão direito a apoios suplementares, algo que, face ao sucedido o ano passado com os incêndios nas serras algarvias, onde o trabalho de reconstrução está particularmente atrasado, pouco irá tranquilizar residentes e autarcas.
Em ano de eleições, são vários os partidos políticos que abordam a problemática dos incêndios, tipicamente de forma muito simplista, centrando-se na estrutura fundiária ou no tipo de plantações, mas esquecendo que estas pouco evoluiram, ao contrário de muitos outros factores os quais, obviamente, serão os principais responsáveis pelo aumento de incêndios ao longo das últimas décadas.
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