O minifundio, a estrutura fundiária típica do Centro e Norte do País, resistiu aos incêndios durante décadas, pelo que não será aqui que reside o problema, mas na falta de aproveitamento das terras, resultante do envelhecimento das populações, da diminuição do número de residentes e de uma economia que não propicia a rentabilidade de pequenas parcelas, mas que permite que estas sejam usadas de forma complementar, suprindo um conjunto de necessidades das comunidades locais.
Obviamente, uma reforma da estrutura fundiária pode ter um impacto positivo na rentabilidade dos espaços rurais, mas, por outro lado, estaria a promover a desestruturação de muitas comunidades e a promover um tipo de produção industrializada, de sustentabilidade duvidosa e que pode ter efeitos negativos no futuro, contribuindo para um ainda maior abandono do Interior, reduzido a uma gigantesca plantação ordenada onde, quase certamente, os eucaliptos terão predominância.
Portanto, não há soluções fáceis, nem de curto prazo, podendo-se ir implementando algumas medidas de contingência que permitam ganhar o tempo suficiente para que uma solução defenitiva, que é morosa, dispendiosa, e, eventualmente, pouco popular e de difícil compreensão por todos quantos não sentem o País como uma entidade onde a interdependência, solidariedade e subsidariedade é essencial para a manutenção da unidade nacional.
Naturalmente, poucos decisores estarão dispostos a transferir verbas substanciais do Orçamento do Estado do Litoral, onde reside a maioria dos eleitores e onde, efectivamente, se ganham as eleições, para um Interior envelhecido e desertificado, com pouca expressão eleitoral, cujos residentes pouco influenciarão os resultados eleitorais nacionais.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário