Espera-se que haja um inquérito rigoroso, porque, mesmo reconhecendo complexidade no processo de conversão de um veículo comercial para ambulância, um tão elevado número de problemas, de que resulta a imobilização, é inaceitável, tendo que se encontrar uma explicação para o sucedido, que pode ter numerosas causas, incluindo desde uma má execução até ao recurso a acessórios defeituosos, cujos problemas podem ser alheios ao instalador.
O facto objectivo é que o número de ambulâncias inoperacionais, sem meios de substituição à altura, tem impacto no socorro das populações, sendo certo de que o processo concursal deve igualmente ser avaliado, averiguando se este foi correctamente lançado e a adjudicação efectuada de acordo com as melhores práticas, observando indicadores de qualidade e não apenas o preço das propostas.
Sabendo-se que, em muitos casos, o essencial é o preço, e que tal acaba por ser o factor decisivo em muitas adjudicações, podemos estar diante de uma situação criada pelo próprio INEM, que, por razões orçamentais e pelos prazos impostos, impõe constrangimentos que os fornecedores apenas podem suportar selecionando acessórios ou equipamentos de qualidade inferior ou recorrendo a mão de obra menos especializada.
O problema com este conjunto de ambulâncias não pode ser visto separadamente do que sucede em muitos sectores, nomeadamente no da Saúde, onde as falhas nos abastecimentos de medicamentos, o adiamento ou cancelamento sucessivo de consultas e cirurgias, os encerramentos temporários de serviços por falta de pessoal, para mencionar apenas algumas das situações mais conhecidas e com maior impacto, revelando apenas uma outra vertende de um sector que se tem vindo a degradar, vivendo hoje num estado calamitoso.
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