Era invitável que o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) abrisse um inquérito após o falecimento do médico Carlos Amaral Dias, ocorrida numa ambulância que chegou ao hospital de destino perto de duas horas após ter sido dado o alerta.
Esta situação ocorreu no centro de Lisboa, local da residência da vítima, que residia perto do Marquês de Pombal e, portanto, a uma curta distância do Hospital de S. José, para onde estava previsto o respectivo atendimento, e uma demora de duas horas entre o alerta e a chegada, independentemente dos incidentes que possam ocorrer, levanta graves desconfianças quanto ao funcionamento do socorro em Portugal.
As declarações da porta-voz do INEM, obviamente, não descansam ninguém, e o pedido de confiança na instituição, nesta altura e antes de concluído o inquérito, surge como inadequado e, no limite, descredibilizador, dando a entender que, face ao que parece ser um incidente da maior gravidade e que pode ser revelador do real estado do socorro, a situação parece controlada.
Quando se observa o cronograma da ocorrência, a primeira situação que desperta a atenção é o facto de ter sido accionada uma ambulância dos Bombeiros do Beato, que teria que atravessar grande parte da cidade de Lisboa, pelo que imediatamente ocorre se não estaria disponível um meio equivalente a uma distância menor e que pudesse chegar ao local do pedido num menor espaço de tempo.
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