É igualmente patente o desgaste dos decisores políticos, que aliam à ausência de estratégia perceptível, uma mensagem confusa e contraditória, transmitida de forma tão hesitante que, para o entendedor comum, transparece que nem o próprio está convicto do que diz, sendo, portanto, impossível convencer que o escuta.
A última comunicação do Governo, feita pelo primeiro-ministro, no mesmo dia em que a ministra da Saúde já dera uma entrevista e um par de dias após a última reunião com assistência da Direcção-Geral de Saúde, contradizem-se enquanto inundam de informação de qualidade muito duvidosa as audiências, elaborando sobre dados discutíveis, e nalguns casos desmentidos pela realidade, e expondo conclusões que, manifestamente, estão erradas.
Para além da falha clamorosa da estratégia e do desastre comunicacional, parece imperar uma completa falta de senso comum, substituído por dados incompletos, parciais e tendenciosos, dos quais se tiram conclusões que a própria percepção nos diz serem erradas, facto confirmado pelos sucessivos estudos, quase sempre contraditórios, de que resulta uma trajectória ziguezagueante, com derrapagens sucessivas, que prometem terminar num desastre.
Uma manifesta incapacidade de obter dados credíveis, ou mesmo de elaborar sobre os existente, aliados a uma completa falta de planeamento, do que decorre, por exemplo, a nomeação de uma comissão para preparar a distribuição das vacinas quando este processo, em muitos países, já resultou num plano elaborado, com distintas alternativas, e na aquisição de meios logísticos, agrava a falta de confiança que se sente aumentar diariamente.
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