O facto objectivo é que não foram adoptadas medidas quando era óbvio que o País seguia no caminho do completo descontrole das cadeias de transmissão, não houve uma estratégia clara, a comunicação falhou completamente e mesmo uma mera táctica de controle de danos foi adiada, sob o pretexto de falta de informação clara, do que poderiam resultar decisões menos correctas as quais teriam, quase certamente, melhor efeito do que a completa omissão.
Sem rumo, tendo desperdiçado as tréguas de Verão, altura em que se devia ter preparado a inevitável segunda vaga, submerso numa torrente de propaganda, que envia mensagens erradas e contraditórias, era de prever que chegassemos a este ponto, com tendência para piorar e a possibilidade de um colapso no sistema de saúde.
Entre um misto de preconceito ideológico, incapacidade técnica, indecisão política e falta de liderança, são muitos os factores que empurraram Portugal, o país do falso milagre, que tantos apregoavam, mesmo sabendo da falsidade de tal afirmação, para uma tragédia anunciada e que se pode concretizar, estimam especialistas, em mais 2.500 mortes como resultado do Natal, a que podem acrescer muitos mais como consequência da falta de recursos para um atendimento adequado para quem sofre de outras patologias.
Mesmo a requisição civil de meios do sector privado, que já se oferecera por diversas vezes para colaborar, apenas pode adiar o esgotamento da totalidade dos recursos disponíveis, algo que é fácil de estimar, adicionando 700 camas às actualmente disponíveis e cruzando o total com a curva de internamentos, numa intercepção que apenas é deslocada por alguns dias.
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