Pior, esta diferença envia uma mensagem errada, incoerente e confusa, pondo em evidência um rumo errático, óbvia consequência de uma manifesta incapacidade política e do fracasso comunicacional que foi diminuindo a confiança das populações em quem deve, em termos práticos, estabelecer as orientações técnicas e que se vê suplantada pela tutela política, que segue interesses completamente distintos.
Num Governo onde ninguém assume responsabilidades, que passam inevitavelmente para terceiros, espera-se que as causas de um aumento de contágios e da mortalidade seja atribuída ao expectável comportamento dos cidadãos a quem, após meses de duras restrições, foi permitida uma liberdade que, inevitavelmente aproveitariam, eventualmente com menos cuidado do que seria adequado.
Desta forma, e num cenário que todos previam, da falta de direcção política, e da sua capacidade de, mesmo correndo o risco de uma perda de popularidade e de alguma transgressões, que implicariam algum tipo de repressão, para além de fazer recair no comportamento individual a falta de liderança, existe a penalização acrescida das inevitáveis consequências que a todos atingem, e não apenas aos mais imprudentes, pelo que estamos diante de uma pseudo punição que se revela particularmente injusta.
A evolução dos números, a introdução de medidas de contigência nos hospitais, prejudicando seriamente o atendimento e tratamento dos restantes utentes, com consequências que sabemos serem particularmente graves, facto indesmentível e confirmado por 2020 ter sido o ano de maior mortalidade em Portugal desde já uma centena de anos, é prova de que uma condução política incapaz apenas pode levar à desgraça, podendo atingir contornos criminais tal o tipo de decisões tomadas.
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