Naturalmente, continuar a adiar moratórias representa um perigo crescente, equivalente a adicionar mais carga explosiva num paiol perto de um fogo, ou esticando um elástico, com a esperança de que não rebente agora, mas sabendo que, continuando a esticar, tal, inevitavelmente, acontecerá.
Sendo impossível ao sistema financeiro suportar as moratórias indefenidamente, sendo necessário terminar este processo antes que este colapse, com todos os custos que daí resultam para todos, torna-se absolutamente necessário preparar, desde já, esse momento, eventualmente gradualizando o processo e tornando-o mais selectivo, evitando uma perigosa simultaneidade.
Não temos dúvidas que, numa altura em que o processo de vacinação estará longe de concluído, e os atrasos, bem como a péssima organização irão traduzir-se em maiores atrasos, quase certamente ocorrerá um desastre social, o que resulta numa combinação explosiva, típica da origem de perturbações e revoltas, que facilmente poderão ocorrer a partir de meados deste ano.
Tal será o prolongar de uma tragédia, com múltiplas vertentes, sendo certo que a fome e falta de condições vão agravar de forma brutal os efeitos da pandemia, bem como de um degradar geral da saúde dos portugueses, não havendo dúvidas que os actuais dirigentes não estão à altura da complexidade do problema, abrindo assim caminho para populismos que, apontando soluções imediatas, mesmo que impraticáveis, terão facilidade em convencer o cada vez maior número de necessitados.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário