Esperar que os auto-testes contribuam, de forma significativa, para o esforço nacional de testagem não faz, à luz da experiência, qualquer sentido, podendo ainda revelar-se contraproducente, seja pela falta de rigor dos testes rápidos, sobretudo quando utilizados por quem não tem experiência, seja pela possibilidade de serem usados por outrém, algo que, num processo remoto, é completamente impossível de controlar.
Será, ainda, de recordar, que os testes, bem como o diverso material incluído, depois de utilizado, devem ser tratados como desperdícios hospitalares, o que significa que não são lixo comum, pelo que é aplicável um conjunto de normas sem o que, para além de, na sua maioria, terem utilidade duvidosa como consequência da não informação das autoridades de saúde, constituirem um novo perigo para a saúde pública.
No limite, podemos estar diante de uma medida contraproducente, que irá reduzir o número de testes em laboratório, substituindo-os parcialmente por testes de menor qualidade realizados por não profissionais, cujos resultados, incertos, poderão nem ser comunicados às autoridades de saúde, podendo traduzir-se numa falsa sensação de segurança, com resultados negativos que não passam da consequência de uma utilização deficiente de um teste pouco preciso.
Apesar de entendermos a ideia do Governo, temos muitas dúvidas, devidamente fundamentadas, quanto aos resultados, prevendo que, seja pela atitude, irresponsável, mas previsível, de muitos, bem como pela incapacidade de resposta das entidades que fazem o seguimento de cadeias de contágio, os auto-testes sirvam apenas para esclarecer o próprio, criando nalguns uma falsa sensação de segurança.
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