Quase certamente, caso se mantenham os processos em tribunal, o que será expectável por parte de quem obteve menos vantagens no concurso de atribuição de frequências, corre-se o risco de haver lugar ao pagamento de indemnizações ou compensações, eventualmente vultuosas, resultando no comprometimento de parte dos montantes obtivos através do leilão que, no final, pode resultar bem menos lucrativo do que se espera.
Mas o mais grave é, efectivamente, a quebra de investimento por parte das operadoras, que compromete, pelo menos parcialmente, o desenvolvimento de todo um sector, e, sobretudo o impacto que a privação de ferramentas tecnológicas tem a nível da competitividade das empresas nacionais e na criação de uma imagem muito desfavorável face a potenciais investidores estrangeiros, que podem optar por outros mercados.
Face aos custos de contexto, carga fiscal e, agora, atraso nas estruturas tecnológicas, Portugal parece apenas atrair investimentos tecnológicos e produtivos, portanto excluindo áreas financeiras, imobiliário ou turismo, quando são oferecidas condições excepcionais, normalmente a nível de fiscalidade, pelo que o retorno de muitos desses investimentos acaba por ser muito inferior aos que resultariam caso o atractivo fosse estabelecido de outra forma.
O atraso no 5G não representa apenas um sério problema no desenvolvimento do País, é uma péssima imagem que transita para o exterior, e que, conjuntamente com um sem número de problemas ou limitações que afectam a percepção que do exterior se tem de Portugal, vai ter um custo elevadíssimo, tanto mais penalizador quando o deslizar para a cauda da Europa é mais evidente e sentido por todos.
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