Também será de notar que um incendiário com maiores conhecimentos, que, tal como no caso agora revelado, consiga atear incêndios com menor risco e que, pelo estatuto conferido pela profissão, e porque não se enquadra no célebre perfíl, que não estará completamente correcto, terá menor probabilidades de ser identificado, pelo que, naturalmente, não constará das estatísticas que revelam, efectivamente, dados de quem foi capturado e não a do universo dos incendiários.
Fica, portanto, a dúvida se faz sentido incluir no perfíl de um incendiário tipificado a pertença a um nível social mais baixo, ou mesmo um menor nível cultural, ou se estamos perante uma extrapolação, e alguma proporcionalidade, do tecido sócio-cultural existente na região, quando restringido a quem tem a mobilidade para atear fogos, sendo a inclusão destes factores algo abusiva ou, no mínimo, uma generalização perigosa e estigmatizadora.
Por outro lado, a dificuldade de relacionamento, a que se pode associar alguma conflitualidade, nem sempre visível e que pode resultar em isolamento social e afastamento dos que lhe são mais próximos, mesmo em casos de cohabitação, o que não implica uma comunicação transparente, será um factor a ter em conta.
Neste caso, viver em casa de progenitores, sem um relacionamento, é perfeitamente possível e uma possibilidade forte, sobretudo tendo em conta a instintiva cobertura que, tipicamente, os pais proporcionam, sendo uma alternativa válida a uma vida solitária, na sua própria residência que, num espaço mais rural, tenderá a ser isolada, pouco conhecendo os vizinhos desta parte da vida do seu proprietário que, naturalmente, será resevado e discreto.
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