No mesmo dia do atentado contra o World Trade Center, a 11 de Setembro, 16 anos antes, no ano de 1985, ocorreu o mais grave acidente ferroviário de sempre em Portugal, quando dois combóios embateram frontalmente em Alcafache, provocando, estima-se, perto de centena e meia de mortos e um número ainda mais elevado de feridos, que rondaram os 170, facto que, ao contrário do evento em solo americano, foi basicamente ignorado pela comunicação social portuguesa.
O número de vítimas mortais do acidente de Alcafache permanece indeterminado, indo desde os 49 mortos que constam dos dados oficiais, dos quais apenas 14 foram identificados, a que acrescem 64 passageiros oficialmente desaparecidos, com o total a ser estimado em perto de 150 vítimas mortais, dados que resultam das diversas investigações e estimativas, sendo óbvio que nunca haverá certezas no respeitante ao número de vítimas.
O acidente de Alcafache teve várias causas, desde aquelas que se podem considerar estruturais, como a falta de sistemas de comunicações nos combóios ou o recursos a via única em várias extensões da linha, e outras específicas, como uma má avaliação da situação, que permitiram a ambos os combóios avançar um contra o outro sobre a mesma via, resultando num inevitável acidente, do que resultaram diversas alterações no controle ferroviário.
Não é nossa intenção analizar as causas deste acidente, mas tão somente recordar que no dia 11 de Setembro de 1985 morreram nesta tragédia 150 pessoas, vinte vezes menos do que nos atentados contra as Torres Gémeas, num país que não chega a ter trinta vezes menos habitantes do que os Estados Unidos, e que, passados 36 anos sobre a data em que ocorreu, parece completamente esquecido.
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