terça-feira, setembro 28, 2021

Que democracia temos? - 1ª parte

A vitória de Carlos Moedas em Lisboa, para além do significado político, que os analistas, certamente, irão investigar e debater, veio, mais uma vez, apontar para a falta de solidez das sondagens e para os graves erros de que estas enfermam desde há muito, sem que se verifiquem alterações que previnam estas falhas.

Desde há muito, faz agora uma dúzia de anos, que analisamos e interpretamos o desfasamento entre as sondagens e o resultado final, investigando as razões que levam a que estas situações sucedam de forma repetida e insistente, sem que as empresas responsáveis tomem medidas para o evitar.

O primeiro sinal de alerta, e já passaram muitos anos, foi a vitória de Rui Rio nas autáquicas de 2001, contra todas as previsões, num ambiente particularmente hostil, enfrentando o maior clube da cidade que, de forma declarada, apoiava um dos adversários derrotados, considerado como todos um vencedor antecipado.

Foi a partir da análise deste acto eleitoral que começamos a desenvolver a teoria que o desfasamento entre sondagens e resultados permite avaliar a qualidade da democracia, não em termos formais, mas na realidade do dia a dia, sabendo quais as pressões que os votantes enfrentam e o receio que têm de enfrentar o poder instituído, face às consequências que sabem terão que enfrentar.

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