Tipicamente, aponta-se para o facto de as sondagens serem efectuadas numa dada data e, entre esta e a realização do acto eleitoral, poder haver uma mudança de opinião, algo que, objectivamente, não é realista, escondendo apenas a incapacidade de quem trabalha nesta área para efectuar um trabalho mais apurado e complexo, que envolve outras valências.
Usando o recente caso da Câmara de Lisboa, com as sondagens a apontarem para uma vantagem do candidato vencido sobre o vencedor que se aproxima dos 10%, a apenas um par de semanas do acto eleitoral, os resultados verificados significariam que perto de 25% dos supostos eleitores teriam mudado de opinião numa quinzena de dias, algo que, para qualquer analista atento, será inverosímel.
Eliminando teorias da conspiração, que obviamente são fáceis de desmontar, resta a possibilidade de, por qualquer razão, quem participou nas sondagens não representar efectivamente o universo a analizar, porque inclui sobretudo aqueles que votam no potencial vencedor, que tipicamente está no poder, e que não só não receiam afirmá-lo como sentem que podem ter vantagens em fazê-lo.
Em contrapartida, quem está afastado do poder, prefere afastar-se, não respondendo a sondagens, evitando assim sentir que se está a expor, guardando a sua opinião, e decisão, para o momento da eleição, altura em que se sente seguro e, mesmo que possa correr algum risco, sabe que este pode valer a pena por ser a única ocasião em que a sua decisão tem peso.
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